Seminário da Seagate no Brasil
20 de Maio de 2003

            Continuando com o seu investimento nos parceiros brasileiros, a Seagate acabou de fazer um Road Show nas principais capitais do Brasil mostrando seus lançamentos no mercado e as tecnologias que predominarão no mercado de armazenamento de dados nos próximos anos.
            A Seagate, líder mundial na fabricação de discos rígidos (HD – Hard Disc) para computadores, anunciou o lançamento do seu novo HD Barracuda 7200.7, sendo um disco rígido de sétima geração com alta densidade de dados, capacidade de 40 gigas por face de disco e velocidade de rotação de 7.200 RPM, sendo disponibilizado nas tecnologias ATA convencional e na nova Serial ATA.

            Segundo a Seagate, desde o terceiro trimestre de 2002, o mercado de HDs domésticos com velocidade de 5.400 RPM (rotações por minuto) foi superado pelo mercado de HDs que atingem a marca dos 7.200 RPM, mais rápidos, que representam, hoje, mais de 70% do mercado pessoal. A estimativa da Seagate é que, neste mesmo mercado, as vendas de HDs de 80 gigas atinjam um volume de vendas maior que a venda de HDs de 40 gigas.
            O novo HD Barracuda 7200.7 será vendido com as capacidades de 40, 80, 120 e 160 gigas, possuindo um baixíssimo nível de ruído, que não chega a 2,5 decibéis, imperceptível ao ouvido humano, e atingindo uma taxa de transferência sustentada de 711 Megabits por segundo, 30% maior que a geração anterior de 7.200 RPM, representando, entre 10 e 15% a mais de velocidade.
            Outro ponto forte do seminário foi em relação à nova tecnologia Serial ATA (SATA), que deverá substituir brevemente a tecnologia Paralela ATA (PATA ou simplesmente ATA), seguindo uma tendência elaborada pela Seagate em conjunto com os maiores fabricantes de discos rígidos do mundo.
            A maioria dos computadores atuais utilizam a interface Paralela ATA para leitura e armazenamento de dados nos HDs com taxa média de transferência que varia entre 66 e 133 MB/s. O que ocorre é que esta tecnologia foi lançada em 1986, não sendo uma tecnologia ruim mas, a bem da verdade, é uma tecnologia que possui alguns problemas: necessita de alta tensão, possui poucos terminais, não tem escalabilidade, está quase no seu limite de performance tecnológico e possui cabeamento inadequado para a realidade atual.
            A tecnologia Serial ATA, por sua vez, é mais rápida, robusta, confiável e de maior escalabilidade do que a Paralela ATA, mantendo uma total compatibilidade de software com a tecnologia anterior. Por enquanto, a tecnologia Serial ATA trabalhará com uma taxa média de transferência de 150 MB/s. De acordo com Carlos Valero, engenheiro de produto da Seagate para o Mercosul, em 2004, a taxa média de transferência da tecnologia Serial ATA subirá para 300 MB/s, chegando aos 600 MB/s em 2007, possibilitando ainda um crescimento contínuo por, no mínimo, dez anos. De acordo com o tipo de aplicação utilizada com a SATA já existente, a velocidade de transferência de dados chega a ser mais que o dobro em comparação com a ATA, tendo um mínimo de 25% no ganho de velocidade.
            Veja, de acordo com a fotografia abaixo, a diferença entre o cabo do novo Serial ATA (mais fino) e do velho ATA, tão conhecido dos HDs IDE:

            Por incrível que pareça, esta nova tecnologia também dará uma grande colaboração para que os micros esquentem menos. Os cabos ATA são muito longos e espessos, prejudicando a circulação de ar dentro do gabinete dos computadores, propiciando ao acúmulo de ar quente em certas áreas. Com o cabo de tecnologia SATA, que possibilita trafegar dados e energia num só invólucro, o gabinete fica mais “limpo” por dentro, permitindo um melhor fluxo de ar internamente no gabinete da máquina, conforme mostrado nas fotos abaixo:

         
Modelo de cabeamento com tecnologia ATA          Modelo de cabeamento com tecnologia SATA

            A tendência é que, em 2005, a comercialização de HDs SATA predominem as vendas de HDs ATA. Como, na maioria das vezes, o dispositivo controlador de HDs vem embutido na placa mãe dos micros, as novas mother boards virão com este recurso nativo.
            A tecnologia SATA também fará com que desapareçam as configurações de Master e Slave dos HDs, já que, para cada HD, será necessário um cabo SATA que será ligado diretamente à placa controladora SATA ou à própria placa mãe do micro.
            Esta linha Serial ATA não será um privilégio apenas dos HDs IDE. Ela também está sendo implantada nos HDs SCSI, destinados ao mercado corporativo, no qual a Seagate é líder isolado no segmento, possuindo HDs que chegam a até 15.000 RPM como os famosos Cheetah; e está preparando o lançamento de novos HDs com cerca de 20.000 RPM.
            Outra vantagem da tecnologia Serial ATA será a possibilidade da utilização do recurso Hot Swap nos HDs IDE, recurso disponível até então apenas para os HDs SCSI, que permite uma “troca quente” do disco rígido, mesmo com o computador ligado, sendo este um recurso muito utilizado nos servidores mais potentes. Futuramente, as conexões dos HDs IDE e SCSI serão as mesmas, possibilitando que haja, numa mesma máquina, HDs com as duas tecnologias. A tecnologia Serial ATA, trabalhando em conjunto com placas controladoras RAID, permitem um limite de até 15 HDs por máquina.
            Para adquirir, hoje, um computador equipado com a tecnologia SATA, paga-se, normalmente, 10% a mais no seu valor. Por todos os fatores de melhorias e performance adquiridas, vale a pena investir um pouco mais, principalmente por se tratar de uma nova tecnologia que revolucionará o mercado. Para o próximo ano, estima-se que não haverá diferença de preços entre as duas tecnologias, o que propiciará ao desaparecimento da tecnologia ATA do mercado.
            Representando Pará de Minas neste evento da Seagate estavam Micheli Marinho Almeida, da Melgaço Informática; e André Basílio, Plínio Braga e Cláudia Mendonça da AB Informática.

André Basílio é Diretor, Analista de Sistemas e Supervisor de Ensino da AB INFORMÁTICA.