Cooler Off

        O aquecimento excessivo dos processadores é uma das principais preocupações dos fabricantes de micro-computadores. Os processadores atuais trabalham na faixa de 40 a 60 graus Celsius. Se a temperatura dos processadores chegar a 90 graus, alguns dos milhões de transistores que compõem o processador já começam a derreter, inutilizando-o ou fazendo-o travar de vez em quando, o que é pior.
        Processadores dos modelos Athlon e Athlon XP, por exemplo, se queimam em menos de 10 segundos se não estiver com um cooler (ventilador do processador) o refrigerando, podendo chegar à altíssima temperatura de 370 graus Celsius em poucos segundos! Nesta temperatura, a placa mãe do computador também pode ser danificada permanentemente. Já os processadores Pentium III e Pentium 4 da Intel possuem artifícios para diminuir a velocidade de processamento quando a temperatura aumenta, evitando que o processador e placa mãe queimem.
        O processador Pentium III tem um dispositivo de checagem da temperatura. Quando esta aumenta, em demasia, por falta de refrigeração, o processador simplesmente pára de trabalhar, travando o micro e impedindo que o processador queime.
        O dispositivo de checagem de temperatura do Pentium 4 já é bem mais avançado. Quando a temperatura vai aumentando, o processador vai diminuindo a sua velocidade o quanto for necessário para impedir que o processador queime.
        Os processadores Athlon e Athlon XP da fabricante AMD também têm recursos para checagem da temperatura. Porém, eles a verificam e, em caso de aquecimento excessivo, enviam um comando para a placa mãe do computador para que esta desligue o processador. O que acontece é que nem todas as placas mãe têm esse recurso. Então, a informação que os Athlons enviam para as placas mãe podem não ser entendidas por elas, permitindo que os processadores queimem como se estes não possuíssem proteção alguma.
        Um dos melhores sites de informática dos Estados Unidos (www.tomshardware.com) fez o teste deixando os processadores dos fabricantes sem refrigeração para ver o que acontecia. O resultado foi o seguinte: O Pentium III travou, o Pentium 4 teve a sua velocidade diminuída até quase parar e, ativando a refrigeração novamente, voltou à sua velocidade normal. Os Athlons não tiveram a mesma sorte, tendo sido queimados em poucos segundos. Inclusive, em um dos testes, a placa mãe do computador também queimou, elevando o valor do prejuízo para cerca de mil reais.
        Quem quiser ver como foram feitos todos os testes, pode acessar o site http://www4.tomshardware.com/cpu/01q3/010917/heatvideo-01.html. E, para quem quiser ir diretamente para o vídeo disponível no site para ver os processadores torrando, pode acessar o site http://www4.tomshardware.com/cpu/01q3/010917/heatvideo-05.html.

    
Athlon (Antes)                   Athlon (Depois)

        No último seminário que participei da AMD, questionei ao palestrante sobre o teste realizado no site Tom’s Hardware. Este me informou que o processador se queimou porque a placa mãe não tinha recursos nativos para desligar o processador. Me disse ainda que até que a indústria internacional passe a fabricar novas placas com esse dispositivo e exportá-las para o Brasil, só poderíamos ter tranqüilidade total a partir do segundo semestre deste ano.
        No site da AMD (www.amd.com) tem uma lista de placas aprovadas para utilização com os processadores Athlons.
        Uma boa notícia em relação ao Athlon XP é que o modelo Athlon XP 1800+ que, na verdade, é de 1533 MHz, ganhou nos testes de velocidade em comparação ao Pentium 4 de 2 GHz, sendo testado com alguns programas no mesmo site comentado acima. A nomenclatura 1800+, por exemplo, utilizada pela AMD nos Athlons XP indica que a sua velocidade é semelhante ao Athlon normal (que não é XP) de 1800 MHz. Se alguém for lhe vender um Athlon XP 1800+ lhe dizendo que ele tem 1800 MHz (ou 1.8 GHz), a informação é falsa. Ele tem velocidade semelhante ao Athlon de 1800 MHz, mas é, na verdade, de 1533 MHz.
        Outra notícia é que as letras XP do Athlon não têm nada a ver com as letras XP do novo Windows. XP do Windows vêm de eXPerience. E XP do Athlon vem de eXtra Performance.
        Está lançado o duelo: SEGURANÇA x VELOCIDADE.
        O recomendado é testar como está a velocidade do cooler do seu processador pelo menos uma vez por mês e fazer limpeza interna no computador no mínimo uma vez por ano e, em caso de empresas localizadas em vias movimentadas ou que possuam muita poeira, fazer a limpeza interna de três em três meses. Há empresas especializadas nestes serviços em Pará de Minas. Basta você tomar este princípio como hábito e escolher uma empresa de qualidade para fazer os testes no seu micro evitando que a temperatura chegue aos 90 graus, o que poderia danificá-lo parcialmente, fazendo-o travar de vez em quando.

André Basílio é Diretor, Analista de Sistemas e Supervisor de Ensino da AB INFORMÁTICA.